A ideia da viagem a Roma surgiu de um dia para outro e depois de vermos na televisão imagens da catedral de São Pedro. O desejo de ir apareceu naquele momento.
Faltava marcar os voos. E assim fizemos. Reserva done.
Era Outubro. Passava da meia noite quando o transfer da Terravision nos deixou perto da estação de Termini. O hotel ficava a poucos minutos a pé. O escuro da noite escondia tudo o que havia para conhecer, enquanto o caminho para o hotel nos aguçava a curiosidade.
No dia seguinte iniciava-se uma aventura de 5 dias em Roma.
O que acho mais interessante numa viagem é não só conhecer os pontos turísticos, mas também os costumes, tradições, a gastronomia, as formas de estar, o dia-a-dia do sítio para onde vamos. Como digo sempre, “viver a cidade“. Esta viagem a Roma não foi excepção.
Assim que saímos do hotel, no primeiro dia, tivemos a primeira lição que de facto “Em Roma sê Romano”. Parámos numa passadeira e nada aconteceu. Acho que poderíamos ter estado horas a fio à espera que alguém parasse. Fomos Romanas, pusemos o pé na estrada e lá fomos nós. Todos pararam.
Decidimos começar pelo ponto principal, o Coliseu, Foro Romano e Palatino. Foi uma sensação incrível vê-lo ao vivo, em toda a sua imponência. Lá dentro percorremos cada recanto enquanto nos íamos arrepiando com a história daquele sítio.
De seguida o Foro Romano. Com o Roma Card ou com o Omnia Card (o que comprámos) o Coliseu e o Foro são considerados apenas um monumento. No Foro tivemos de dar asas à imaginação para reconstruirmos na nossa cabeça uma cidade em ruínas. O difícil foi garantir que nada nos escapava.
Roma tem história a cada canto e tanto para descobrir. Dizem os locais, que Roma será sempre uma cidade em processo de construção. A cada tentativa de uma nova obra, surge uma nova parte da nossa história enterrada mesmo ali ao lado.
As praças e as ruas são fabulosas, e por isso foi talvez o que mais gostei. A via del Corso, a Piazza do Spagna e a Piazza Novanna conquistaram-me.
Os restaurantes, fabulosos por sinal, rodeiam as praças onde artistas iluminam e dão corpo às ruas. Sente-se uma aura indiscritível ali. Este ponto leva-me a falar de Trastevere. Ali há dezenas de cafés, restaurantes, ideais para um fim de dia agradável. É também o sítio onde se esconde um restaurante que recomendo, Dar Poeta. Depois deste restaurante, qualquer pizza será apenas razoável.
Estas são apenas algumas das praças emblemáticas. Não podemos esquecer a Piazza di Popolo, a Piazza della Repubblica e o Campo di Fiori, por exemplo. Esta última ideal para quem quer experimentar o regatear numa feira Italiana. A primeira perto da Villa Borghese.
O Panteão, a poucos minutos a pé da Piazza Novonna, e de dimensão maior que a praça que o acolhe, esconde dentro uma cúpula emblemática, embora desprovida de adornos. Fiquei embasbacada quando entrei, porque não esperava. Ali se cumpre a tradição da chuva de rosas no domingo de Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa, que a caracteriza e a torna celebre. Esta “mania” das praças pequenas para edifícios grandes repete-se na Fontana do Trevi. Local de cumprir a tradição e atirar uma moedinha. As escadarias dão muita personalidade à cidade. Existem por todo o lado, assim como as igrejas. Essas são obras-primas. Até a mais simples por fora nos abala quando entramos.
No meio de tantos edifícios marcados pelo tempo surge algo diferente, de traço mais recente, branco e desconcertante. O Edifício Vittorio Emanuele II, acolhido pela Piazza Venezia, e que proporciona do seu terraço a melhor vista 360 graus de Roma.
Chegou a vez de irmos ao Vaticano. O Museu do Vaticano demora um bom tempo a ver, mas vale a pena. A capela Sistina onde o silêncio é imposto pela segurança, não é cumprindo por quem entra naquela sala. Ouvem-se palavras de espanto em todas as línguas. A Basílica é difícil de descrever. É de uma dimensão avassaladora. Como se isso não fosse suficiente para nos sentirmos pequeninos, a riqueza dos adornos incrementam essa sensação. A vista do topo é a não perder.
As ruas do Vaticano escondem outras atrações. Aproveitamos para dar uma volta, comer um gelado, comprar souvenirs e fomos ao castelo Sant’Angeló. A vista sobre o rio, o Vaticano e Roma ao fundo, faz-nos parar uns largos minutos.
Por forma a provar que nada disto é mentira, fiz o teste da verdade na famosa “boca da verdade“. E passei com distinção. Trouxe a minha mão de volta.
Não esquecerei esta viagem a Roma…
Patrícia Mesquita, Bancária